segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Eu Cavalo

O cavalo corre em minha direção, seus olhos fixos nos meus pés
suas patas ritimadas, confundem-se com as batidas agonizadas do meu coração...
Um frio arrebatador na minha espinha dorsal, me faz lembrar que tudo aquilo não passa de um devaneio, levanto e caminho até o espelho já marcado por minha face sem brilho.
Com os nervos na boca, sinto uma leve impressão de voar .... meus pés continuam presos a terra, como se eu estivesse eternamente condenado a ficar.
Meu grito abafado ninguem consegue ouvir....minha respiração ofegante só eu consigo sentir...Todos me olham com simpatia eles, acreditam em mim, não percebem minha dor, não sentem meu desespero, não conhecem o caminho da dor, eles nunca sentiram o tal frio na espinha, não tem em sua casa um espelho amarelado que mostra suas verdadeiras faces, eles simplesmente mostram os dentes brancos, e exibem seus olhos azuis e cheios de brilhos...Eles são surdos, cegos e mudos....

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