sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A carne

 Foi quando se deu conta que  nada mais fazia sentido naquele emaranhado de pensamentos.
 Respirou lentamente, profundamente.  Apertou os olhos como que para criar coragem  e atirou-se  escuro a dentro.
   A boca cerrada,  os  braços abertos como se quisesse atráves daquele jesto abraçar o mundo inteiro.
 Sentia o vento lhe açoitar o rosto e seus cabelos  loiros dançavam no ar, derrepente eles ganharam vida  e pareciam se exibir ao acaso.
 os pés brancos e frios mantinham-se unidos e firmes como se ainda estivessem prezos ao chão. Mas no seu intimo ele sabia que  nunca mais regressaria aquela terra, e lágrimas lhe escapavam pelos janelões da face banhando de sal cada centimetro do rosto tão cansado de representar.
 Silêncio momentaneo  enfim  o barulho estrondozo do seu corpo esparramando-se no chão de um lugar que era simplesmente o mais absoluto NADA.

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