Tinha 7 anos quando ouviu o mundo se acabando no quaintal de casa.
acordou com olhos que não cabiam no pequeno rosto.
Pensou que estivesse delirando quando viu deitada no chão como uma folha seca
a arvore gigante que tanto admirava.
A grande arvore estivera naquelas terras por centanas de anos e era assustador imaginar que não continuaria lá.
Sentou na varanda de casa muda, atônita como uma mãe cega que tenta lembrar a imagem do filho que nunca nasceu.
Olhou para o avô com olhos de interrogação , as mãozinhas tremulas e pidonas
o velho que nunca mostrava os olhos fugiu acovardou-se com o olhar de ira da pequena.
enfiou-se na mata e dias depois voltou com um presente para a menina,
um violão .
os olhos da menina paralizaram a boca crispou-se só havia coração e pulmão.
os dias seguintes eram só notas. dó ré, mi... dó ré, dó dor...
A música viera para preencher a ausência da grande arvore que precisou cair para nascer um amor.
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